terça-feira, 5 de julho de 2011

Croácia

Quando eu disse que iria viajar para a Croácia, as pessoas amigas sempre me questionavam: Croácia? O que tem lá para ver? O que você vai fazer neste lugar? Pois é, eu também não sabia, mas assim que a Aurora me chamou para ir passear por aquelas bandas, resolvi pesquisar na Internet. E vi coisas que resolvi conhecer de perto.  Não me arrependi, porque posso dizer sem medo de errar, sem medo de ser criticada, que a costa da Croácia é uma das mais bonitas que já passei até hoje! Viajamos por mais de 300 quilômetros apreciando aquele mar maravilhoso, ora azul turquesa, ora azul piscina e fiquei realmente fascinada!


Saímos do Rio de Janeiro, fizemos uma escala em Paris (11 horas de vôo) e resolvemos ficar na cidade luz por 3 três dias. Seguimos depois para Zagreb, capital da Croácia em um avião bem pequeno, aquele de um só corredor e onde nem nossa bagagem de bordo é permitida. Ela é etiquetada, permanece com você até o momento de entrar “naquele aviãozinho” e se transforma em bagagem de porão, mas nada que coloque em risco o que você leva ali e guarda a sete chaves. A seguir, uma viagem curta de 2,30 horas mais ou menos. O avião não é tão pequeno assim, mas comparado com aqueles enormes das viagens internacionais, acaba deixando a gente um pouco apreensiva.


O país só existe como nação desde 1991, quando se tornou independente da Iugoslávia. Viveu a guerra até 1995 e o turismo desabou por lá, mas, passada a insegurança e o medo, os europeus perceberam que a economia enfraquecida poderia ser vantajosa para os turistas. E a Croácia, que é banhada pelo Mar Adriático (um dos azuis mais lindos e mais claros do mundo), transformou-se na nova Riviera deles. E que Riviera!...


O país ainda não adotou o euro, processo esperado para 2012 e ainda usa a Kuna, moeda local: 7 kunas é equivalente a 1 Euro. Através de pesquisas, li que as coisas por lá eram muito baratas e que com 7,50 euros (+ ou – 52 kunas), você comeria um spaguetti com frutos do mar. Mas não foi isso que vimos, pois tal prato já estava custando 90 kunas, ou seja, 13 euros, o que ainda é uma bagatela para nós. Eu quis sofisticar um pouco mais e pedi lagosta, camarão e lagostins e tive que desembolsar 250 kunas, ou seja, 36 euros, o que não é barato para um almoço.


O salário mínimo da Croácia gira em torno de 300 euros e o médio, por volta de 700 euros. Lá não existe muita pobreza e muito menos mendigos na rua pedindo esmola, pois existem refúgios para abrigar os sem-teto. Também não existem muitos ricos por lá. Só a escola primária é obrigatória e agora estão tentando fazer a escola secundária ser obrigatória também. Mesmo ao terminar a escola superior fica difícil encontrar trabalho na Croácia e os jovens, por medo da responsabilidade, não querem saber de casamento: preferem viver juntos e têm, no máximo, dois filhos. Os homens se aposentam com 60 anos ou 35 anos de trabalho e as mulheres com 5 anos menos, mas o que recebem depois de aposentados é uma quantia irrisória.


Mas vamos falar das belezas do lugar. As águas cristalinas da costa da Dalmácia (Dubrovinik), a arquitetura medieval do centro histórico de Split ou Trogir e o Parque Nacional dos Lagos Plitvice (com dezenas de cachoeiras e lagos) são as atrações que levaram milhares de pessoas a visitar o país todos os anos, fazendo com que o turismo na Croácia crescesse e virasse moda. Split ainda se ressente dos efeitos da difícil transição para a economia de mercado pela depressão causada pela guerra de independência croata. Quando a cidade pertencia à Iugoslávia, era um centro econômico importante na área da construção naval, produtos químicos, plástico, vestuário e indústria de papel. Hoje, a maior parte das fábricas socialistas está fechada e a cidade tem se concentrado no comércio e no turismo.


Na cidade de Zadar encontramos o Órgão do Mar, que são uns degraus feitos em uma rocha, contendo em seu interior um sistema de tubulação que, ao movimento do mar, forçam o ar e, dependendo do tamanho e velocidade da onda, criam notas musicais e sons que parecem com os de um órgão. Mas, uma das maiores atrações turísticas do país é o Parque Nacional Plitvice Lakes, que abriga 16 lagos conectados por cascatas, represando a água em piscinas naturais.


Coisas típicas de lá: o chocolate Bajadera (muito gostoso), o azeite Vindija (parece mais um óleo), o vinho Dingac (gostosinho), a cachaça com figo seco, Eslavônia-Travaruca, que contém 45% de álcool e o licor Marasca ou Marasquino (não provei nenhum dos dois). O que me encantou imensamente por aqueles lados foi a tâmara (muito docinha) e a amêndoa misturada com mel, agradável aos olhos e ao paladar.

 Só posso dizer, depois de visitar a Croácia, que um dia já foi comunista, que valeu a pena, pois, além de conhecer a história do país, pude desfrutar das belezas do Mar Adriático, que também é conhecido como a “pérola do Mediterrâneo”. Que tal ir lá conferir?