sábado, 12 de novembro de 2011

Santiago do Chile, Valparaíso e Viña del Mar

Se, de repente te der uma vontade louca de viajar, vá para o Chile, pois para lá não há necessidade de passaporte nem visto e tenho certeza que você vai aproveitar todos os momentos de uma belíssima viagem. Faça a reserva de hotéis por aqui, mas escolha sempre a localização para não ter o dissabor de ficar longe do burburinho e do movimento.



Ao chegar em Santiago, não deixe de fazer o city tour, que já deve estar incluído no pacote que você comprou, para que possa ter uma visão geral da cidade, de sua história e cultura e depois poder voltar por conta própria aos lugares de maior interesse. Depois você pode utilizar o metrô, que é mais rápido e muito seguro, ou tomar um taxi, que também é barato e deixa você exatamente no lugar escolhido, sem precisar ficar andando muito. A cidade chama a atenção por suas avenidas largas e limpas, bem como pelo ambiente de segurança e tranqüilidade que nos permite andar nas ruas, à noite ou de dia, aliados a uma rica gastronomia e a uma agitada vida noturna.




No centro da cidade, conheça a Praça das Armas que tem estilo e charme europeus, com muitas construções antigas. Próximo dali se encontra o Museu Histórico Nacional, onde você pode conhecer um pouco mais sobre a colonização de Santiago e a história da libertação do jugo espanhol. Se você gosta de arte, vá ao Museu de Belas Artes, onde se encontram mostras permanentes. Não deixe de ir ao Cerro San Cristoban, que tem em seu topo uma imagem de 14 metros da Imaculada Conceição, podendo subir de bonde ou de teleférico ou se for atleta, ir caminhando, mas o percurso exige um excelente condicionamento físico. Já o acesso ao Cerro Santa Lúcia, que abriga uma fonte muito bonita, se dá por meio de uma grande escadaria e de lá se tem também uma bela vista da cidade. Na volta, se for horário de almoço, experimente o “Como água para Chocolate”, que tem um ambiente requintado, pratos bonitos e gostosos e a um bom preço.
Imperdível mesmo é o Mercado Central, local onde você pode passear, comprar  peças de artesanato e almoçar bem. Ali você encontra todos os tipos de peixe e frutos do mar, além da deliciosa “centolla”, ou “king crab”, ou seja, um “caranguejo gigantesco”. Fui direto ao “Don Augusto” e não resisti. Pedi um e amei. Não deixe de conhecer também o Restaurante Giratório, (Avenida 11 de Setembro, 2250), ambiente super-agradável, música ao vivo e comida deliciosa.

Tire um dia para conhecer Valparaíso, uma cidade portuária com suas casas coloridas, suas ruas estreitas e cheias de beleza, rodeada por mais de quarenta cerros (morros), considerada patrimônio cultural da humanidade pela Unesco e local onde viveu o poeta Pablo Neruda. Dê uma esticadinha até Viña Del Mar, conhecida como “Cidade Jardim” e que possui diversos atrativos, tanto para os chilenos quanto para os turistas, a começar pelas áreas de praia, motivo de grande movimentação no verão.
Para fechar com chave de ouro o seu passeio, vá até o Vale Nevado, que fica a 44 km de Santiago. Esse centro de esqui constitui o principal resort de montanha da Cordilheira dos Andes e fica aberto o ano inteiro. O Hotel Valle Nevado tem um estilo refinado com amplos apartamentos com vista espetacular da cordilheira, uma agradável piscina termperada e um moderno Fitness Center. Se você gosta de esportes na neve, o melhor é se hospedar por aqui, mas se não quer nada com o esporte, vale muito a pena dar uma chegadinha até lá, pelo menos para conhecer.


E não se esqueça de pedir vinho em todas as refeições: além de ser muito gostoso faz um bem daqueles para a saúde. Vai aqui uma dica de 2 deliciosos vinhos tintos chilenos: Memorias (Viña El Principal) e Almaviva (Vinha Concha & Toro). Prove, e depois me conte!!! Tim-tim!!!




quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Viagem à Natal (RN)


Viajar em turma é uma ótima opção, desde que todos topem fazer o mesmo programa. Resolvemos ir para Natal (RN), a convite de Roberto Braz, para comemorar seus 60 anos. E o passeio foi simplesmente um sucesso! Éramos 14 pessoas: Tia Elza e Pedro Braz, Jussara e Roberto Braz, Maria Luiza e Fernando Veggi, Kátia Braz, os casais Marielza e Paulo Machado + Maia e Wilson Machado (São Paulo), Tereza e Jorge Silva (Niterói) e eu. Tivemos uma surpresa agradável ao chegarmos ao hotel. Encontramos na recepção Eveline e Flávio Amaral, Maria Amélia e Willian Xaia e Eva Lúcia e Josimar Machado que estavam de férias e foram curtir o sol e as delícias de Natal. E como curtiram...

 
   

 

Ficamos hospedados no Hotel Rifóles, cujo proprietário é também muriaeense, Geraldo Magela, que nos deu uma recepção prá lá de VIP. Todos nós ficamos em suítes luxo, de frente para o mar e com banheira de hidro.  Por conta dele também, o famoso Ula-Ula, um coquetel de frutas delicioso, servido dentro do abacaxi e ornamentado com uvas. 


E no dia do aniversário um delicioso bolo para cantarmos o “parabéns prá você” para nosso mais que amigo Roberto: meu compadre e irmão do coração. O hotel é excelente, o atendimento é mais que cinco estrelas, pois a equipe é treinada para receber o hóspede da melhor forma possível. O cenário é de filme. Dos apartamentos você vê toda a área de lazer, a praia e o belíssimo Morro do Careca. Indo a Natal, a melhor opção é mesmo o Hotel Rifóles, que fica na Ponta Negra e bem perto do melhor restaurante de Natal: “Camarões”, cuja comida é simplesmente fantástica e a preços super em conta. Magela nos disse que está construindo, ao lado do Rifóles, um outro hotel mais sofisticado e mais luxuoso. Com certeza iremos lá conhecer.


Mas vamos falar das atividades que podem ser feitas na cidade. Natal tem milhares de buggies, mas não deixe para fazer uma programação de última hora. Agende antes, pois do contrário você não vai conseguir fazer o passeio desejado. Você pode alugar um buggie com motorista por R$ 270,00 (dia inteiro) e colocar de 3 a 4 pessoas nele. Indo para o litoral norte, você vai passar pela Praia de Muriú, que tem dunas baixas e é um importante centro de pesca de lagostas. 


A próxima parada é a Praia de Jucumã, boa para nadar e mergulhar. Mas o melhor é a lagoa do mesmo nome, onde você pode se deliciar no aerobunda, uma diversão bastante criativa, onde você senta em uma cadeira improvisada e, amarrada a um cabo, desce a toda velocidade rumo à lagoa que fica entre as dunas. Quando o bumbum bate na água, a cadeirinha se solta e você cai naquela água gostosa, feliz da vida! O dia acaba com o passeio no Parque das Dunas de Genipabu. Você pode decidir se quer ou não as manobras radicais dos bugueiros. Se concordar, prepare o coração para emoções fortes, mas posso lhe assegurar que é bom demais! 


Se você resolver ir para o litoral sul, você poderá escolher entre ir de buggie ou numa dessas excursões de ônibus, indo em direção a Pirangi do Norte. No caminho, você vai passar pela Barreira do Inferno, antiga base de lançamento de foguetes do Brasil. Um pouco adiante, depois de passar pela Praia do Cotovelo, você chegará a Pirangi, cuja maior atração é o chamado “maior cajueiro do mundo”, uma árvore imensa resultante de uma anomalia genética e cuja copa ocupa 8500 metros quadrados. A árvore continua crescendo e estendendo seus galhos, que já chegam perto do asfalto, e, segundo nos foi informado,  a prefeitura terá que desapropriar os moradores da região porque o Ibama proibiu de cortar qualquer galhinho do monstruoso cajueiro. A árvore produz cerca de 80 mil cajus (de novembro a janeiro), que não são comercializados, mas oferecidos aos turistas que têm a oportunidade de visitá-lo nesse período do ano. Se a árvore já é fantástica sem os frutos, imagine como ela parecerá quando estiver cheia de cajus...  


Se você tiver tempo e também fôlego para viajar, dê um pulinho até a Praia da Pipa, que fica a 80 km ao sul de Natal. A melhor opção ainda é ir de buggie, pois você passará por praias fantásticas como a de Camurupim, as falésias de Barreta e a Lagoa de Guaraíra, que precisa ser atravessada numa balsa. A região é bonita e frequentemente recebe a visita de golfinhos.


Dentro de Natal, você poderá freqüentar qualquer praia da Ponta Negra ou então da Via Costeira, apesar de serem menos atraentes que as do litoral sul e norte. Opções interessantes para a parte da tarde é visitar a Fortaleza dos Reis Magos e a Velha Catedral e para quem não dispensa um shopping, vá no Midway Mall, que possui 246 lojas.  Dê também uma passadinha no Centro de Turismo, um complexo de 38 lojas, barzinhos e galerias de arte que funcionam no prédio que um dia foi uma prisão. Lá você vai encontrar rendas de bilro e renascença, trabalhos de cizal, rechilieu, e muitas lembrancinhas para os familiares e amigos.
Natal não é cidade para ir uma só vez. Vá, comprove e depois me conte!!!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Croácia

Quando eu disse que iria viajar para a Croácia, as pessoas amigas sempre me questionavam: Croácia? O que tem lá para ver? O que você vai fazer neste lugar? Pois é, eu também não sabia, mas assim que a Aurora me chamou para ir passear por aquelas bandas, resolvi pesquisar na Internet. E vi coisas que resolvi conhecer de perto.  Não me arrependi, porque posso dizer sem medo de errar, sem medo de ser criticada, que a costa da Croácia é uma das mais bonitas que já passei até hoje! Viajamos por mais de 300 quilômetros apreciando aquele mar maravilhoso, ora azul turquesa, ora azul piscina e fiquei realmente fascinada!


Saímos do Rio de Janeiro, fizemos uma escala em Paris (11 horas de vôo) e resolvemos ficar na cidade luz por 3 três dias. Seguimos depois para Zagreb, capital da Croácia em um avião bem pequeno, aquele de um só corredor e onde nem nossa bagagem de bordo é permitida. Ela é etiquetada, permanece com você até o momento de entrar “naquele aviãozinho” e se transforma em bagagem de porão, mas nada que coloque em risco o que você leva ali e guarda a sete chaves. A seguir, uma viagem curta de 2,30 horas mais ou menos. O avião não é tão pequeno assim, mas comparado com aqueles enormes das viagens internacionais, acaba deixando a gente um pouco apreensiva.


O país só existe como nação desde 1991, quando se tornou independente da Iugoslávia. Viveu a guerra até 1995 e o turismo desabou por lá, mas, passada a insegurança e o medo, os europeus perceberam que a economia enfraquecida poderia ser vantajosa para os turistas. E a Croácia, que é banhada pelo Mar Adriático (um dos azuis mais lindos e mais claros do mundo), transformou-se na nova Riviera deles. E que Riviera!...


O país ainda não adotou o euro, processo esperado para 2012 e ainda usa a Kuna, moeda local: 7 kunas é equivalente a 1 Euro. Através de pesquisas, li que as coisas por lá eram muito baratas e que com 7,50 euros (+ ou – 52 kunas), você comeria um spaguetti com frutos do mar. Mas não foi isso que vimos, pois tal prato já estava custando 90 kunas, ou seja, 13 euros, o que ainda é uma bagatela para nós. Eu quis sofisticar um pouco mais e pedi lagosta, camarão e lagostins e tive que desembolsar 250 kunas, ou seja, 36 euros, o que não é barato para um almoço.


O salário mínimo da Croácia gira em torno de 300 euros e o médio, por volta de 700 euros. Lá não existe muita pobreza e muito menos mendigos na rua pedindo esmola, pois existem refúgios para abrigar os sem-teto. Também não existem muitos ricos por lá. Só a escola primária é obrigatória e agora estão tentando fazer a escola secundária ser obrigatória também. Mesmo ao terminar a escola superior fica difícil encontrar trabalho na Croácia e os jovens, por medo da responsabilidade, não querem saber de casamento: preferem viver juntos e têm, no máximo, dois filhos. Os homens se aposentam com 60 anos ou 35 anos de trabalho e as mulheres com 5 anos menos, mas o que recebem depois de aposentados é uma quantia irrisória.


Mas vamos falar das belezas do lugar. As águas cristalinas da costa da Dalmácia (Dubrovinik), a arquitetura medieval do centro histórico de Split ou Trogir e o Parque Nacional dos Lagos Plitvice (com dezenas de cachoeiras e lagos) são as atrações que levaram milhares de pessoas a visitar o país todos os anos, fazendo com que o turismo na Croácia crescesse e virasse moda. Split ainda se ressente dos efeitos da difícil transição para a economia de mercado pela depressão causada pela guerra de independência croata. Quando a cidade pertencia à Iugoslávia, era um centro econômico importante na área da construção naval, produtos químicos, plástico, vestuário e indústria de papel. Hoje, a maior parte das fábricas socialistas está fechada e a cidade tem se concentrado no comércio e no turismo.


Na cidade de Zadar encontramos o Órgão do Mar, que são uns degraus feitos em uma rocha, contendo em seu interior um sistema de tubulação que, ao movimento do mar, forçam o ar e, dependendo do tamanho e velocidade da onda, criam notas musicais e sons que parecem com os de um órgão. Mas, uma das maiores atrações turísticas do país é o Parque Nacional Plitvice Lakes, que abriga 16 lagos conectados por cascatas, represando a água em piscinas naturais.


Coisas típicas de lá: o chocolate Bajadera (muito gostoso), o azeite Vindija (parece mais um óleo), o vinho Dingac (gostosinho), a cachaça com figo seco, Eslavônia-Travaruca, que contém 45% de álcool e o licor Marasca ou Marasquino (não provei nenhum dos dois). O que me encantou imensamente por aqueles lados foi a tâmara (muito docinha) e a amêndoa misturada com mel, agradável aos olhos e ao paladar.

 Só posso dizer, depois de visitar a Croácia, que um dia já foi comunista, que valeu a pena, pois, além de conhecer a história do país, pude desfrutar das belezas do Mar Adriático, que também é conhecido como a “pérola do Mediterrâneo”. Que tal ir lá conferir?

sábado, 25 de junho de 2011

Petra

A Jordânia, país pobre de população beduína, tem, encravada no seu deserto, a magnífica cidade de Petra, antiga capital do povo nebateu, que viveu na região há 2000 anos.


A visão de Petra é uma dessas coisas inesquecíveis que a gente vai guardar na memória para contar aos netos quando tiver envelhecido. Entre penhascos e desfiladeiros espalham-se construções impressionantes de uma cidade que, no seu apogeu, chegou a ter trinta mil habitantes. E o mais fantástico é que as principais obras foram esculpidas na própria rocha do deserto.


Só por isso Petra já seria inesquecível, mas para se chegar até lá, é preciso caminhar por um desfiladeiro de 1,5 km de extensão e 100 metros de altura (você sobe 1035 metros acima do nível do mar). Caminhando e tirando fotos de todos os lugares, volta e meia você encontra com um beduíno solitário, sentadinho, circunspecto, pensando em não sei o quê, ou então com crianças vendendo pedras! Se não estiver disposto a encarar a jornada a pé, você pode fazer o percurso por etapas: alugar um cavalo, um camelo ou então uma charrete para duas pessoas. Como somos atletas, Aurora, Beth e eu preferimos ir a pé, mas nossa volta foi, com certeza, numa charrete bem veloz.


Quando menos se espera, surge à sua frente o monumento mais importante do lugar, a Câmara do Tesouro, que é uma fachada em estilo helenístico com 43 metros de altura encravada na rocha. Foi utilizado como cenário no filme Indiana Jones e a Grande Cruzada e em 2009 a Rede Globo gravou lá cenas da novela ?Viver a Vida?. Os turistas se aglomeram nessa área para apreciar a beleza da arquitetura jordaniana e aproveitam para tirar fotos em camelos e fazer algumas comprinhas, pois as lojas nessa área são numerosas.


Mas o tour não acaba aqui. Os turistas mais resistentes prosseguem para conhecer o Monastério em uma escalada de 800 degraus, por uma trilha de pedra e terra. E quem ainda não ficou satisfeito, pode ir até o local do Sacrifício, onde os nabateus sacrificavam animais em oferenda a seus deuses. Dizem que a visão lá de cima compensa o esforço, mas preferimos não arriscar (Beth e eu) e deixamos a façanha por conta de nossa amiga Aurora, que adorou, mas chegou esgotadinha, coitada!


Em 1985 Petra foi reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e em julho de 2007, foi eleita em Lisboa, uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo. É um passeio bastante interessante, mas também muito cansativo e quem quiser encarar deve usar sapatos confortáveis e ficar preparado para a maratona, pois começa pela manhã e só termina no finalzinho da tarde. Quem se habilitar, bom proveito!!!


Egito


Ontem, uma coisa... amanhã, outra. A vida inteira eu quis conhecer o Egito, não sei se por influência dos estudos, ou por causa do filme Cleópatra, protagonizado por Elizabeth Taylor e Richard Burton, que assisti na juventude. O fato é que, quando tive a oportunidade de viajar para lá, fiquei assustada com a sujeira das ruas, com o trânsito caótico e o cheiro de esgoto da capital.


Atravessamos o Mar Vermelho (aquele que Moisés abriu com seu bastão) e chegamos a Santa Catarina, no Deserto de Sinai, região considerada sagrada pelo cristianismo, judaísmo e islamismo. Combinamos de subir o Monte Sinai à noite, mas começou a chover e a temperatura caiu tanto que acabamos desistindo. No dia seguinte acordamos bem cedinho e fomos para o pé do monte, onde pudemos nos emocionar com o arbusto de Rubus Sanctus, que os monges acreditam ser uma Sarça Ardente original (ateada de fogo nunca se consumia). Esta ligação do Monte Sinai com a Bíblia atraiu muitos peregrinos ao longo dos séculos e uma das mais famosas foi a Imperatriz Helena de Bizâncio, que no século IV mandou construir ali uma igreja, a Capela da Sarça Ardente. Mais tarde os monges mandaram construir uma muralha para proteger a igreja dos beduínos.

Saímos de Santa Catarina em direção ao Cairo. A paisagem até lá é bem diferente e exótica: ora montanhas rochosas, ora montes de areia, alguns poucos oásis, uma mesquita aparecendo do nada e de repente, para nossa surpresa, uma praia maravilhosa e vários resorts. Atravessamos o Canal de Suez, que não possui eclusas, pois todo o trajeto está ao nível do mar, contrariamente ao Canal de Panamá, e chegamos à capital do Egito, Cairo.


Eu estava louca para ver as Pirâmides de Gizé de perto, e, realmente elas são estupendas: são estruturas monumentais construídas em pedras, apresentam uma base retangular e quatro faces triangulares que convergem para um vértice. Segundo alguns, as pirâmides do Egito antigo eram edifícios funerários, embora alguns especialistas digam que, além de servirem como mausoléu, eram também templos religiosos. Próximo à Pirâmide de Quéfren havia um conjunto rochoso que foi aproveitado para que nele se esculpisse a famosa Esfinge, monumento que representa o faraó sentado em seu trono, com um corpo de leão e cabeça humana. Ali apreciamos as magníficas pirâmides e fizemos um passeio de camelo, mas o cheiro da urina do animal atrapalhou um pouco o nosso êxtase...  


Visitamos o Museu Egípcio, que é especialmente conhecido pelo tesouro do Faraó Tuthankamon, que se conserva em seu interior, mas não pudemos tirar fotos por causa da conservação do material ali existente. A seguir fomos para Khan El- Khalili, uma área comercial antiga, um imenso mercado aberto de estreitas ruelas com milhares de pequenas tendas com mercadorias, das mais simples às mais exóticas, como perfumes, alimentos, quinquilharias e jóias. E o mais interessante: com seus vendedores galanteadores gritando e oferecendo sua mercadoria, muitas vezes inconvenientes conosco, mas sempre gostando que a gente barganhasse com eles. O mercado tem um cheiro todo próprio e inesquecível de especiarias. Ali comemos um quibe, um hamus, kafta e cordeiro... divinos, de dar água na boca.


A cidade do Cairo foi a parada final de nossa viagem de 18 dias à Terra Santa e Jordânia. O tráfego por lá é uma loucura. Os motoristas de taxi são insanos e nunca cobram o preço previamente combinado, pois lá não existe taxímetro. Além disso, os carros são velhos, remendados e vivem imundos da poeira local.


Por lá, nada se conserta, mas tudo se remenda com o que se tiver à mão. E o remendo fica para sempre... Pode ser que eu tenha me decepcionado um pouco por causa do cansaço e da vontade de voltar prá casa. Mas a verdade, é que a cidade estava bastante suja, com muito barro acumulado tirado do Rio Nilo. Cheguei a perguntar aos motoristas dos taxis o que eles faziam com tanto barro e lixo e a resposta era sempre a mesma: vão levar para o deserto. Só que aquilo já estava ali há mais de dois anos... Mas não é uma sujeira a mais e um cheirinho ruim a menos que vão atrapalhar o passeio de uma pessoa. Egito é história, cultura, conhecimento, sabedoria. E é um passeio que todos deveriam fazer.

Réveillon para Nova York, uma boa escolha?

As pessoas ficam animadas e começam a se programar com muita antecedência para curtir o réveillon no exterior. Esse assunto deve ser pensado e repensado antes de se concretizar a compra porque existem várias dificuldades em viagens no final do ano. Em primeiro lugar, não podemos esquecer que os aeroportos ficam lotados e os vôos geralmente atrasam muito. Além disso, os preços são tão altos que compensa esperar um pouco mais e fazer duas viagens na baixa estação. Mas se você deseja mesmo viajar no final do ano e passar o réveillon em Nova York, tenho duas experiências por lá que vou contar aqui.

Alyne, José Braz Neto, Luca, Pedro Curi, José Carlos e eu resolvemos passar a virada do ano em Nova York e curtir a ?caída da bola? na Times Square. Viajamos para a Big Apple no dia 26 de dezembro de 2008, curtimos as delícias da cidade, fizemos todos os passeios turísticos e contratamos um restaurante para passar a virada do ano. Assim, no dia 31 de dezembro, , por volta das 21 horas, saímos da 8 Avenue em direção à Broadway para esperarmos o grande espetáculo. Decepção total: todas as ruas estavam fechadas para pedestres, pois já estava tudo lotado. O jeito foi ir para o restaurante, passar o resto da noite bebendo e jantando e observar a bola cair pela televisão. Apesar de não termos visto nada, a viagem foi muito interessante, pois fomos ao Woodbury, um excelente outlet bem próximo da cidade, com preços inacreditáveis.


Ano passado, José Carlos e eu resolvemos ir novamente para Nova York, só que desta vez, ao invés de ficarmos nas avenidas próximas, preferimos ficar num hotel na Broadway, bem próximo ao local onde a bola ia cair e tudo ia acontecer. Viajamos no dia 28 de dezembro, dois dias após a grande nevasca. O problema já começou na estrada. A TAM nos ligou, dizendo que o vôo só sairia no dia 29, às 5,30 horas. Como já estávamos a caminho, continuamos até o aeroporto para lá acabarmos de resolver a situação. Felizmente tudo correu bem e a companhia nos deu estadia e jantar no hotel do aeroporto. Acordamos às 3 horas da manhã e fomos para o terminal para embarcarmos. O avião atrasou 3 horas e só decolamos às 8,30 horas. O vôo foi tranqüilo, mas viajar durante o dia é a pior coisa que existe, pois as horas não passam, as crianças não param de correr e fazer barulho, enfim, uma chatice total. Vôo noturno é bem melhor...

Chegamos em Nova York e ficamos extasiados com a beleza e quantidade de neve em cima das casas, nas ruas e no aeroporto também. Depois do êxtase veio o nervosismo por termos que ficar dentro do avião por duas horas, uma vez que não havia condição dele ir para os fingers devida a quantidade de neve. Tivemos que esperar os caminhões limparem a área, e só assim conseguimos desembarcar.


No dia 31 de dezembro, pela manhã, recebemos um comunicado do hotel: taxis só entrariam na Broadway até as 14 horas e deveríamos usar pulseiras especiais para sermos identificados na entrada. Saímos então para passear e ir às compras. Almoçamos por volta das 15 horas e às 16:30 horas voltamos caminhando para alcançarmos o hotel, uma vez que os taxis já não estavam circulando na região. Ao chegarmos, a mais ou menos três quarteirões, começou a confusão: as ruas também já estavam fechadas para pedestres e a multidão que iria passar aos poucos já estava se aglomerando. Conversamos com os guardas, mostramos nossas pulseiras, mas foi em vão: teríamos que esperar a abertura da 49 street. Por volta das 18 horas, começaram a liberar algumas pessoas para entrar, sendo que a maioria estava sendo revistada: nada de mochila, sacolas, etc. E nós estávamos com todas as nossas compras e com o agravante de uma garrafa de vinho.

De repente o guarda pega o alto-falante e anuncia que ninguém mais poderia passar por ali e que todos deveriam se encaminhar para a 50 street. Entrei em pânico, pois já estava esgotada de ficar em pé tanto tempo. José Carlos se aproximou de outro policial e explicou novamente a situação. Desta vez ele foi mais complacente, pediu nossos documentos e nos deixou passar, sem nem mesmo revistar nossas sacolas. Mas...como alegria de pobre dura pouco, no outro cruzamento, uma nova barreira e uma nova tentativa de passar para o outro lado da rua. Conseguimos ultrapassar a barreira uma segunda vez. Felizmente faltava atravessar somente uma rua para chegarmos ao hotel. E, por incrível que pareça, outra barreira. Desta vez custamos a passar, pois havia muita gente e eles estavam pedindo documentos e revistando todas as sacolas. Felizmente conseguimos atravessar e chegamos ao hotel às 21 horas. Resolvemos descansar um pouco, pois estávamos próximos ao local e poderíamos descer lá pelas 23,45 horas. Doce ilusão: acordamos no dia seguinte, frustrados, tristes e decepcionados, pois pagamos um hotel caro para participarmos dos festejos e acabamos não vendo absolutamente nada.


Conclusão: ficar fora da Times Square ou se hospedar na Broadway? Para nós, nenhuma das duas opções foi boa, mas se você quiser mesmo ir... VOCÊ DECIDE, pois mais vale um gosto, concorda?

Israel

Certa vez li, em algum lugar, que existem muitos locais no mundo onde ninguém quer ir, como a Sibéria e Saara, e outros onde as pessoas querem ir e voltar sempre, como Paris, Roma e Nova York. Entretanto, existe uma outra categoria que atinge todo mundo e é onde todos deveriam ir: Israel.


Fomos nós (Beth Braz, Aurora Pompei e eu) em fevereiro deste ano e ficamos maravilhadas com o que vimos e impressionadas com a história que não se perdeu. Independente da religião que você pratica, realmente a Terra Santa é um local onde todas as pessoas deveriam ir. A Terra Prometida dos judeus também o lugar onde Jesus morreu na cruz e o mesmo território que Maomé visitou em suas andanças pelo mundo. A terra é sagrada para os judeus, para os cristãos e para os muçulmanos. Jerusalém é especial, pois é a síntese de tudo. E é essa mistura de credos e de culturas que torna Israel tão emocionante e especial.



Lá nós pudemos presenciar um judeu rezando numa sinagoga, quase ao lado de um muçulmano orando em uma mesquita e, a pouca distâcia, uma igreja catóica para onde os cristão se dirigem em romaria. No Muro das Lamentações pudemos ver a oração do judeu ortodoxo, com o corpo se movendo ritmicamente para frente e para trás, a cabeça pendendo para cima e para baixo, tendo nas mãos, um exemplar da Tora (a Bíblia).


Na Via Dolorosa, local que Jesus percorreu na Via Sacra, encontramos com pessoas arrastando pesadas cruzes de madeira, vimos gente com os olhos marejados de lágrimas beijando compulsivamente o chão pedregoso onde tudo aquilo supostamente aconteceu. Pois é até eu fiquei assustada com o que as pessoas dizem, não afirmando nada categoricamente, parecendo até uma heresia. O fato é que, com exceção o de um ou dois lugares já comprovados, como o Palácio de Pilatos onde Jesus foi julgado e o local do Calvário, ninguém garante que todas as outras construções católicas da atual Cidade Velha de Jerusalém sejam exatamente as mesmas de 2 mil anos atrás. Mas acredito que isso não significa absolutamente nada. O fato é que Jesus, Maomé e Moisés passaram por ali. Se foi nesse lugar ou naquele outro, pouco importa. O importante é que toda aquela terra é sagrada. E com isso todos concordam.




Na Igreja da Anunciação, lugar onde Maria recebeu a visita do Anjo Gabriel, a missa estava sendo celebrada em português e assistida por um grupo de peregrinos brasileiros. O Mar da Galiléa, na verdade é um lago (Tiberídes) formado pelas nascentes que brotam ao fundo nas Colinas de Golan, são símbolo de uma religião marcada por belas paisagens e lugares extremamente sagrados para os cristãos, como o Monte das Beatitudes, onde Jesus proferiu o Sermão da Montanha.Sentimos também muita emoção ao colocar os pés nas ruas do Rio Jordão, onde Jesus foi batizado por São João Batista e que, hoje em dia, é uma das maiores fontes de rua de Israel.



A Basilica do Santo Sepulcro é um local em Jerusalém onde a tradição crisã afirma que Cristo foi crucificado, sepultado e de onde ressuscitou no Domingo de Pácoa. Dentro da basílica existe, na parte superior, uma elevação rochosa com cerca de 5 metros de altura que se acredita ser o que resta visível do Calvário (Gogota). A Igreja aceita como o sepulcro de Jesus pela maioria dos historiadores e a rocha, dentro da igreja, como o local exato do Calváio, onde a cruz foi elevada para a crucificação de Jesus.Do Monte das Oliveiras você tem uma excelente visão da Cidade Antiga, onde poderá vislumbrar o Domo da Rocha, com sua célula dourada, a Basílica do Santo Sepulcro, a Porta de Estevão, a Porta de Damasco, como também outros lugares sagrados.


Foi uma viagem que valeu a pena, não só pela história, pois, Israel é um museu a céu aberto, como também pelo sentido religioso, pois sendo você católico, espírita, protestante, e, mesmo ateu, com certeza em um dado momento, vai parar para pensar e, certamente se emocionar.