sábado, 25 de junho de 2011

Egito


Ontem, uma coisa... amanhã, outra. A vida inteira eu quis conhecer o Egito, não sei se por influência dos estudos, ou por causa do filme Cleópatra, protagonizado por Elizabeth Taylor e Richard Burton, que assisti na juventude. O fato é que, quando tive a oportunidade de viajar para lá, fiquei assustada com a sujeira das ruas, com o trânsito caótico e o cheiro de esgoto da capital.


Atravessamos o Mar Vermelho (aquele que Moisés abriu com seu bastão) e chegamos a Santa Catarina, no Deserto de Sinai, região considerada sagrada pelo cristianismo, judaísmo e islamismo. Combinamos de subir o Monte Sinai à noite, mas começou a chover e a temperatura caiu tanto que acabamos desistindo. No dia seguinte acordamos bem cedinho e fomos para o pé do monte, onde pudemos nos emocionar com o arbusto de Rubus Sanctus, que os monges acreditam ser uma Sarça Ardente original (ateada de fogo nunca se consumia). Esta ligação do Monte Sinai com a Bíblia atraiu muitos peregrinos ao longo dos séculos e uma das mais famosas foi a Imperatriz Helena de Bizâncio, que no século IV mandou construir ali uma igreja, a Capela da Sarça Ardente. Mais tarde os monges mandaram construir uma muralha para proteger a igreja dos beduínos.

Saímos de Santa Catarina em direção ao Cairo. A paisagem até lá é bem diferente e exótica: ora montanhas rochosas, ora montes de areia, alguns poucos oásis, uma mesquita aparecendo do nada e de repente, para nossa surpresa, uma praia maravilhosa e vários resorts. Atravessamos o Canal de Suez, que não possui eclusas, pois todo o trajeto está ao nível do mar, contrariamente ao Canal de Panamá, e chegamos à capital do Egito, Cairo.


Eu estava louca para ver as Pirâmides de Gizé de perto, e, realmente elas são estupendas: são estruturas monumentais construídas em pedras, apresentam uma base retangular e quatro faces triangulares que convergem para um vértice. Segundo alguns, as pirâmides do Egito antigo eram edifícios funerários, embora alguns especialistas digam que, além de servirem como mausoléu, eram também templos religiosos. Próximo à Pirâmide de Quéfren havia um conjunto rochoso que foi aproveitado para que nele se esculpisse a famosa Esfinge, monumento que representa o faraó sentado em seu trono, com um corpo de leão e cabeça humana. Ali apreciamos as magníficas pirâmides e fizemos um passeio de camelo, mas o cheiro da urina do animal atrapalhou um pouco o nosso êxtase...  


Visitamos o Museu Egípcio, que é especialmente conhecido pelo tesouro do Faraó Tuthankamon, que se conserva em seu interior, mas não pudemos tirar fotos por causa da conservação do material ali existente. A seguir fomos para Khan El- Khalili, uma área comercial antiga, um imenso mercado aberto de estreitas ruelas com milhares de pequenas tendas com mercadorias, das mais simples às mais exóticas, como perfumes, alimentos, quinquilharias e jóias. E o mais interessante: com seus vendedores galanteadores gritando e oferecendo sua mercadoria, muitas vezes inconvenientes conosco, mas sempre gostando que a gente barganhasse com eles. O mercado tem um cheiro todo próprio e inesquecível de especiarias. Ali comemos um quibe, um hamus, kafta e cordeiro... divinos, de dar água na boca.


A cidade do Cairo foi a parada final de nossa viagem de 18 dias à Terra Santa e Jordânia. O tráfego por lá é uma loucura. Os motoristas de taxi são insanos e nunca cobram o preço previamente combinado, pois lá não existe taxímetro. Além disso, os carros são velhos, remendados e vivem imundos da poeira local.


Por lá, nada se conserta, mas tudo se remenda com o que se tiver à mão. E o remendo fica para sempre... Pode ser que eu tenha me decepcionado um pouco por causa do cansaço e da vontade de voltar prá casa. Mas a verdade, é que a cidade estava bastante suja, com muito barro acumulado tirado do Rio Nilo. Cheguei a perguntar aos motoristas dos taxis o que eles faziam com tanto barro e lixo e a resposta era sempre a mesma: vão levar para o deserto. Só que aquilo já estava ali há mais de dois anos... Mas não é uma sujeira a mais e um cheirinho ruim a menos que vão atrapalhar o passeio de uma pessoa. Egito é história, cultura, conhecimento, sabedoria. E é um passeio que todos deveriam fazer.

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