sábado, 25 de junho de 2011

India


A India é um país interessante de se conhecer apesar da imensa pobreza que reina por lá. É uma cultura completamente diferente da nossa, onde a fé está acima de todas as coisas. A diversidade de línguas, hábitos e modo de vida não impedem que haja uma grande unidade na cultura do país. Ao mesmo tempo em que cada estado tem seu próprio modo de expressão, como na arte, música, linguagem ou culinária, o indiano é profundamente arraigado ao sentimento de amor à sua nação e tem orgulho de sua civilização ancestral, o que mantém vivas até hoje muitas tradições.


O trânsito é sempre caótico. Centenas de bicicletas, tuc-tucs, carroças, carros caindo aos pedaços, vindos de todas as direções, sem um único sinal para controlar a situação. De repente, do nada, surge uma vaca pastando no meio de toda aquela balbúrdia. E ninguém faz nada, porque vaca é sagrada na Índia. Segundo os indianos as batidas são constantes, mas não presenciamos nenhuma. Muita correria, muita buzina nos ouvidos e, por incrível que pareça, nenhuma irritação por parte dos motoristas. Parece ser normal aquela buzinação irritante.


As mulheres usam sari no país inteiro. Mesmo debaixo de um sol escaldante, podemos ver a beleza daquelas roupas coloridas no meio dos campos e nas rodovias, pois além de trabalharem na agricultura, atuam também na construção de estradas. Esta diversidade colorida, esta mistura de línguas, religiões, saris e turbantes, além de arquiteturas diferentes, é o que faz da Índia este “caldeirão cultural”. A princípio, o ocidental acha que um sari é sempre igual ao outro, mas depois percebe que o modo de amarrar difere de acordo com a região, assim como os turbantes, que são amarrados de maneira diversa, dependendo da religião.


Além das buzinas, outra coisa que perturba o turista é a insistência dos ambulantes. Muitas vezes a gente quer prestar atenção no que o guia está explicando e não pode ouvir porque tem sempre um vendedor “na sua cola”. Para se ver livre dele, a pessoa acaba comprando alguma coisa. Para entender a cultura indiana é absolutamente importante compreender a crença que eles têm na reencarnação. Somente considerando isso é que um ocidental pode entender o sistema das castas. Na filosofia indiana, a vida é um eterno retorno que gravita em ciclos concêntricos e que termina em um local que somente os iluminados atingem. O ciclo completo da vida deve ser percorrido e a posição da pessoa em cada vida é transitória. Quanto mais alto se chega na escala, maiores são as obrigações. A roda da vida cobra mais de quem é mais capaz.


Os rios, apesar de sagrados, são simplesmente imundos. Nem por isso os indianos deixam de tomar banho, lavar suas roupas e fazer suas necessidades por lá. Mas, o que mais me impressionou em toda a viagem foram os crematórios às margens dos rios. As pessoas são incineradas e depois suas cinzas são jogadas naquelas águas: é um espetáculo impressionante e horripilante observar aqueles seres queimando no meio de imensas fogueiras... Mas é isso aí: viemos do pó e ao pó retornaremos...

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